[ andrey tarkovsky's The Mirror (1975) ]
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
domingo, 13 de dezembro de 2015
N A D O - M O R T O | N A D A - M O R T O
.
escrevi-te um livro.
um dia quando fores capaz
e se quiseres
poderás talvez entender.
e se quando for altura
assim quiseres
irás saber onde o encontrar.
até lá.
.
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
fecha os olhos e vê
fecha os olhos e vê-me
fecha os olhos.
porque não me vês?
nem com a ponta dos dedos?
apaga a luz.
apaga a luz.
.
apaga a luz.
consegues apagar do corpo os sinais?
consegues apagar da mente as marcas?
está escuro.
não me vês.
mas estou lá.
de olhos abertos.
sou de ferro e carne.
sangue.
sangue e polaroids
a desvanecer no espaço e no tempo.
perigo.
é um perigo.
[ ah! ah! ah! ah! ]
[agora a sério. não.]
a memória constrói-se.
cresce.
evolui.
distorce.
a memória e o tempo.
e estas marcas
que crescem e envelhecem
e ficam senis
e não são mais as marcas que eram.
do que eu sou
ou do eu que fui.
mas estão lá.
sem saber eu já
do que é que são.
exemplo básico de metamorfose.
- - # - -
falhar sempre
nem sempre melhor
tentar as vezes
as vezes que for preciso.
nem sempre precisas.
morrer na praia.
...
sábado, 17 de outubro de 2015
- X -
-X-
d e t i
d e t i
deti
.
detive um coração
sem nome nem rosto
apanhei-o sem querer
era noite de outono
e um pequeno acidente.
saiu-me numa rifa
daquelas sem prémio
[achava.]
- X-
tropecei-te
sem querer
tropeçaste
sem querer
tropeçámos
sem querer
caímos
sem querer
mas a querer
como quem brinca com o perigo
saíste-me em jackpot.
[a sorte grande e a terminação]
e agora por querer
como quem sozinho quer
contra todas as probabilidades
se fez querer e existir
a querer ser aí vem
a querer ser aí está
não tarda
e quis tanto
mais do que ela ou eu
.
[diz a magia para a ciência
qual milagre!]
-X-
ainda não te escrevi
e falo-te ainda entre dentes.
mal me sabes ainda
mas desconfias.
mas saberás um dia
que sem querer quiseste,
mais do que qualquer um.
mais do que ela ou eu,
e que mesmo sem saberes
foste tu quem mais quis.
por entre as leis
do universo e da razão
quebraste
todas as expectativas
e impuseste-te.
"Eu serei!"
fecho os olhos e ouço-te:
"e ainda assim aqui estou!"
e venero-te
por isso.
e admiro-te.
e amo-te.
e amo-te.
e amo-vos.
e um dia quando fores capaz de o entender
hei-de dizer-te
e mostrar-te
hás de saber
aquilo de que ainda sem seres
já foste capaz.
-X-
Capitulo Zero:
a grande epopeia d'
"o mais forte dos todos"
-X-
tropecei-te
sem querer
tropeçaste
sem querer
tropeçámos
sem querer
caímos
sem querer
mas a querer
como quem brinca com o perigo
saíste-me em jackpot.
[a sorte grande e a terminação]
e agora por querer
como quem sozinho quer
contra todas as probabilidades
se fez querer e existir
a querer ser aí vem
a querer ser aí está
não tarda
e quis tanto
mais do que ela ou eu
.
[diz a magia para a ciência
qual milagre!]
-X-
ainda não te escrevi
e falo-te ainda entre dentes.
mal me sabes ainda
mas desconfias.
mas saberás um dia
que sem querer quiseste,
mais do que qualquer um.
mais do que ela ou eu,
e que mesmo sem saberes
foste tu quem mais quis.
por entre as leis
do universo e da razão
quebraste
todas as expectativas
e impuseste-te.
"Eu serei!"
fecho os olhos e ouço-te:
"e ainda assim aqui estou!"
e venero-te
por isso.
e admiro-te.
e amo-te.
e amo-te.
e amo-vos.
e um dia quando fores capaz de o entender
hei-de dizer-te
e mostrar-te
hás de saber
aquilo de que ainda sem seres
já foste capaz.
-X-
Capitulo Zero:
a grande epopeia d'
"o mais forte dos todos"
-X-
quarta-feira, 1 de julho de 2015
✡
o fim
é um princípio fácil
tão fácil como outro princípio qualquer
deixar morrer
o que não tem apetência para viver
o resto
é só e apenas isso
o resto
a carne é só carne
e apodrece como tudo o resto
e essa ilusão de perdura
é só uma questão de tempo
tempo
tem - pó
porque o tempo só preserva o que o tempo falha em destruir
só é preciso mais tempo
tempo
tem pó
e o amanhã é só mais um resto
que nem os cães querem comer
era uma vez uma história
de uma pessoa
que eram todas as pessoas
que se esqueciam que tudo é efémero
e que um dia morrem
e os rios secam
e o sol explode
e tudo isto não é mais que uma ilusão
.
[ tool - parabol ]
sexta-feira, 12 de junho de 2015
[ ]
Era uma daquelas noites quentes de Lua Cheia no Verão.
Estávamos quase no solstício, mas ao contrário do esperado, foi a noite mais longa de que me lembro.
Faz hoje um ano.
Não adianta esfregar a pele com uma escova de aço. Do passado não reza a história, mas as cicatrizes não saem e estão lá para lembrar.
Do que fui. Do que sou.
Um ano depois, hoje digo
Sem sarcasmo e com um sorriso:
Obrigado.*
[ ]
quinta-feira, 7 de maio de 2015
quarta-feira, 6 de maio de 2015
[ a . d a n ç a ]
há uma rapariga e um pássaro
e uma floresta
a rapariga segue o pássaro
não sabe para onde vai
o pássaro pousa numa árvore
a rapariga encontra a árvore
na árvore há um rapaz
a rapariga encontra o rapaz
a rapariga segue o rapaz
não sabe para onde vai
o rapaz pára à beira rio
a rapariga encontra o rio
a rapariga segue o rio
a rapariga encontra o mar
no mar encontra outro pássaro
a rapariga segue o pássaro
não sabe para onde vai...
sábado, 4 de abril de 2015
#
houve um acidente
eram cindo da madrugada.
'foi só chapa'
pensava eu.
um ferido grave
e tu.
© 2015
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
[ m a r ]
.
a incerteza é uma casa de espelhos foscos
e uma lâmpada só
fundida
um cego de olhos bem abertos
na estrada
andar em circulos
pedras buracos obstáculos
e por fim o fim
cair
nos dedos a latência
nos dentes o ferro
s a l
roubado o espaço ao óbvio
ficam com o abismo todas as duvidas
para um amanhã
translúcido como o nada
no fundo do mar
ácido
como quem corrói o vazio
para o encher de mais vazio
mais
e mais
e mais
uma ideia longe
oxalá saber.
[#103]
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
#88
~
das noites roubadas ao sono
falam-me os dentes a verdade.
os meus.
entre o sangue e a saliva.
e tu
não sabes nem sonhas.
a fraude instala-se.
e a verdade...
nem eu sei.
sei escuro e temor
de quem já não sabe.
mas sente.
acordar a meio da noite
pra vir sofrer sozinho
numa terra de ninguém
onde não pertences
não és
e podes mergulhar
sozinho.
seguro.
rever o negrume
desmanchar os sonhos.
esvair.
fica o que há por dizer.
e este buraco
do tamanho de uma insónia
atrás da outra
atrás da outra
atrás da outra.
querer acreditar não basta.
.
[eu também tenho os pés frios à noite ]
~
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
sábado, 3 de janeiro de 2015
não é ter resoluções.
é ter atitudes.
sem acção de nada vale ter intenções.
começar por algum lado.
roupa lavada. arrumar gavetas.
tem que haver um plano
tem que haver sempre um plano
arder e aprender.
*
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