terça-feira, 23 de dezembro de 2014

sessenta dias.




uma espinha na garganta
todos os dias
a lembrar-me que pela boca morre o peixe.

"nunca digas nunca."
outra vez, para aprenderes.

sentir-te o amor
sentir o amor
sentir-te sair
de casa.

da impotência
nada a fazer.
sem medo, como um abraço
posso adormecer tranquilo:
"fui feliz."
e da distancia a visão.
espaço. tempo. dimensão.

diz que da dúvida nasce o caminho
para onde?

luz. ]

ninguém vê as coordenadas
de olhos abertos.

~

faz-me falta.
[esse] amor.



segunda-feira, 22 de dezembro de 2014



pequena dissertação sobre o natal:

é triste. é só triste.



quinta-feira, 16 de outubro de 2014

terça-feira, 14 de outubro de 2014




ás vezes.
ás vezes tenho medo que no fundo tenhas razão.
mas shhhhh...
é segredo.
*



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

infinito.



Harux e Harix decidiram nunca mais se levantar da cama. Amam-se loucamente e não podem afastar-se um do outro mais do que sessenta ou setenta centímetros. Logo o melhor é ficar na cama, longe dos apelos do mundo. No entanto, o telefone está na mesa-de-cabeceira, e às vezes toca e interrompe os seus abraços: são os familiares que querem saber se tudo está bem. Mas essas chamadas são cada vez mais raras e lacónicas. Os amantes apenas se levantam para ir à casa de banho, e nem sempre, a cama está desarrumada, os lençóis gastos, mas eles não dão conta, cada um mais imerso na onda azul dos olhos do outro. Os seus membros misticamente entrelaçados.
Na primeira semana alimentaram-se de bolachinhas, de que se tinham abastecido abundantemente. Como as bolachas acabaram, agora comem-se um ao outro.
Anestesiados pelo desejo, arrancam grandes pedaços de carne com os dentes, entre dois beijos devoram o nariz ou o dedo mindinho, bebem o sangue um do outro; depois saciados fazem novamente amor como podem, e adormecem para recomeçar quando acordam. Perderam a conta dos dias e das horas. Não são bonitos de ver, isso é verdade, ensanguentados, esquartejados, pegajosos. Mas o seu amor está para além de todas as convenções.



Juan Rodolfo Wilcock






Post descaradamente roubado AQUI.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

boa noite.










____________________________________

com os melhores cumprimentos.

[  ]


segunda-feira, 15 de setembro de 2014




disse-me:
"é condição necessária a toda a mulher com pretensões pseudo-intelectuais possuir um retrato efectuado por um artista do seu tempo" 

domingo, 14 de setembro de 2014

* i n t e r l u d i o


[ dos *nós atravessados ]




. . .
"é a ordem natural das coisas..."
. . .


não.
perdoa-me, mas..
eu não faço parte de uma "ordem".
muito menos  de uma "ordem natural".
a sério.

e quando eu digo a sério, é mesmo a sério..


viver na noite lembra-me em muito a "sweet dreams" dos Eurythmics, sabes.
e observar os outros, ainda que, eu, em estado menos próprio
leva-me a questionar e a considerar a(s) procura(s) de cada um.
até a tua também.

disse eu outrora: "do fácil não reza a história"
por isso não me digas que "é a ordem natural das coisas"
não é.
e ainda que toda a gente procure alguma coisa
e não seja eu uma excepção:
não. não é disso que eu estou a procura.

you're getting me wrong.
all wrong.






[*não confundir nós com nós.]


quarta-feira, 10 de setembro de 2014



Fundo do mar


No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.

Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.

Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.

Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.


Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, 7 de setembro de 2014



[interludio]

porque um coração é um coração, e um coração não pode ser de pedra,
daquilo que não vês, fica só o sentido.
unilateral.
sem remorsos. sem rancores. sem espinhas. sem medos. sem merdas.
nada.
nenhumas.
e se assim é,  vamos ser sensatos: sem hipocrisias também.
[repito. sem merdas, ok?]

pra ti porque é teu.
simple as that.

é só isto.

[  ]


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

terça-feira, 2 de setembro de 2014





There’s two kinds of women—those you write poems about and those you don’t.
— Jeffrey McDaniel


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

#ThrowbackThursday.





Filmes perdidos e entretanto achados e digitalizados.

Alameda, Lisboa.
©2013

segunda-feira, 18 de agosto de 2014












“Where do the words go when we have said them?” - Margaret Atwood



domingo, 17 de agosto de 2014



©unknown


[ dos verbos que acabam em IR ]


quarta-feira, 13 de agosto de 2014


a Sara dizia-me no outro diz que os famosos morrem aos 3 de cada vez.

deixei no outro dia um post singelo, em jeito de homenagem ao Robbin Williams, com uma sentença do clube dos poetas mortos. entretanto morreu a Lauren Bacall e encontrei isto no social-virtual. fez-me lembrar que eu trouxe um plano.

diz ela:


"I’m not ashamed of what I am - of how I pass through this life. What I am has given me the strength to do it. At my lowest ebb I have never contemplated suicide. I value what is here too much. I have a contribution to make. I am not just taking up space in this life. I can add something to the lives I touch. I don’t like everything I know about myself, and I’ll never be satisfied, but nobody’s perfect. I’m not sure where the next years will take me - what they will hold - but I’m open to suggestions.”
― Lauren Bacall (September 16, 1924 – August 12, 2014)




fui.
sem medo.
voltei.
sem medo também.

da verdade, saberemos depois.
agora importa o agora.
a incerteza são reticências e pontos de interrogação
e não há nada melhor que um descampado para abrir um caminho.
podia ser mas não foi.
pode ser mas não é.
e amanhã?
espera-me. poderei ser.



abre os olhos que já é dia!

agora vou.

e fui.
[sem medo]

terça-feira, 12 de agosto de 2014


era uma armadilha não era?
diz-me.
era um teste?

lanças o veneno no ar, como quem põe perfume
semeias uma pequena ideia, sublime e etérea
e do lado de fora, vês-me cair.

[os homens são fáceis.] 

mas ainda antes. volta atrás.
começou antes, quando ainda sóbria me falavas de "e se's"

não, não esqueci.
não estava distraído.
ouvi-te tão bem que sou capaz de soletrar todas as palavras
ainda que talvez me falhe um pouco a voz.

da armadilha
fui sem medo. voltarei a ir. se me for permitido.
mas agora todos os dias tenho esse "e se" aqui dentro.
esse e o outro.

mas venham mais três copos. ou dez.
e tiremos a história a limpo




era uma armadilha não era?




conta-me tudo não me escondas nada.




domingo, 10 de agosto de 2014

quarta-feira, 30 de julho de 2014

»»»




it has to start somewhere
it has to start sometime
what better place than here
what better time than now?



terça-feira, 29 de julho de 2014

[ Ensaio Sobre o Tempo. ]






"Of course the sun won’t always be here to keep us warm. It,  like all things, will die… "

Where the Wild Things Are (2009) dir. Spike Jonze

segunda-feira, 28 de julho de 2014


Poetry is a naked woman, a naked man, and the distance between them.
— Lawrence Ferlinghetti, Poetry as Insurgent Art

\\\



[ dos verbos que terminam em IR ]



domingo, 27 de julho de 2014

sábado, 26 de julho de 2014

»»»












naquele dia em que mostrou as cartas, leu-me de forma breve e fugaz.
passaram quê, quinze anos? talvez mais? fui para casa em pânico.
tinha sido descoberto mas sobretudo, como podia ela saber?
ainda hoje esta história se escreve. ainda hoje lembro. relembro.
ainda hoje se escreve, e ainda hoje dou por mim a pensar: como é possível?
e o pior: o futuro.
uma história de capítulos perdidos.

lentamente a rotina muda.
deixar passar a letargia.
mas lembra-te Gonçalo: o plano.
o sentido escreve-o depois.

uma lista de verbos que acabam em IR
depois o resto.

______________________________________



desapareceu.




quinta-feira, 24 de julho de 2014

quarta-feira, 23 de julho de 2014

»»»


If your ideas are bigger than the town you’re in, you’ve got to get out of there.
— 
Brian Fallon
© Wasted Rita



terça-feira, 22 de julho de 2014


pequena pausa para publicidade:




THINGS THAT MAKE ME REALLY PROUD




o meu trabalho "DER BLAUE REITER" seguiu ontem para Braga para integrar a próxima exposição da shair, a inaugurar no inicio de Agosto.

Enquanto isso, o mesmo está disponivel para leilão no site do projecto através do seguinte link:


show me some love.



sábado, 19 de julho de 2014




“How do we forgive ourselves for all of the things we did not become?”




roubado aqui.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

~//-


A short story is a different thing all together - a short story is like a kiss in the dark from a stranger.
— Stephen King, Skeleton Crew


segunda-feira, 14 de julho de 2014



[ m a n t r a ]


"Time does not preserve reality: time preserves only what time fails to destroy."



[ auto retrato sob niilismo ]






era criança.
o meu primeiro ataque de pânico foi precisamente quando me coloquei esta questão.
agravou-se um pouco mais quando instantes depois me pus a pensar
"o que é esse nada para onde vamos quando morremos?"


sexta-feira, 4 de julho de 2014



encontrei-te sem querer.
não é dificil, dadas as circunstâncias.
o teu nome continua gravado em todo o lado, em tanta coisa.
é dificil olhar "a tua imagem", sobretudo quando ela já vai longe, confesso
olho estas peliculas com mais de um ano, esquecidas, perdidas


encontro-te. olho-te. pergunto-me:

quem és tu agora?





a melhor parte: até na sequência da pelicula desvaneces gradualmente até te tornares nada.




[  ]



quem te viu e quem te vê.


quinta-feira, 3 de julho de 2014

[ ]



celebrar um "throwback thursday" a digitalizar peliculas perdidas do ano passado.

© cabo da roca, 2013






de sempre.
para sempre.




© Rui Chafes : "Apaga-me os olhos"


quarta-feira, 2 de julho de 2014







um plano e um desejo.
uma pequena lista.

alguma vez experimentaste repetir tanto uma palavra até perder o sentido?


sexta-feira, 27 de junho de 2014



which lies you tell yourself in order to get some sleep?



[  ]

quinta-feira, 26 de junho de 2014

[ F FOR FAKE. ]



é afinal tudo mais simples do que parece
é só passar a olhar para aquilo que és em vez daquilo que eu vi em ti.

o passo mais difícil é apenas o da aceitação
aceitar a verdade dos factos
e tu sabe-los. tão melhor que eu. [LOL]


[ "quando um não quer, dois não dançam", não é? ]


sei-o agora: estás longe de querer ser salva. nunca quiseste.
nunca quiseste pelo menos que eu te salvasse.
por isso tanta mentira.
e não sei com isto qual a parte mais difícil de aceitar:
a de que tudo não passou de ficção?
ou a verdade em si que a pouco e pouco se revela?

fachada. só fachada.


mas hoje sou uma pessoa melhor.
hoje sou uma pessoa melhor.
hoje sei-o, sou uma pessoa melhor.
hoje sei-o, quando olho e vejo o que és em vez do que quis que fosses. que fossemos.


parece cedo, ainda, mas olhamos e reparamos
quando vemos a verdade à nossa frente
nesse momento sabemos.
nesse momento sei.



eu mereço melhor.
eu mereço melhor.
eu quero bem melhor.



[  ]

quarta-feira, 25 de junho de 2014

[ vi[r]agem ]





500 LIKES »»»GIVEAWAY«««



Há um livro de autor, original e peça unica, tamanho A5 e 16 páginas
Há um desenho original
Há um DVD com a compilação dos videos "UNFAIRY TALES".



Os requisitos são simples e básicos:





O sorteio é feito no próximo dia 1 de Julho.








terça-feira, 24 de junho de 2014

\\\





‘See your beauty
without a compliment
or a mirror.’”


'Blind' by Della Hicks-Wilson 


Happy 20 Years LION KING!





[ boa noite ]




Side view of "a charming lie" " - © Dome


≤ [ ]



daquilo que ficou por dizer já não reza a história.
a razão é já só uma palavra oca.
e de que é que ela serve, se não ha sitio onde caiba?
é só um prémio de consolação.

de ti, agora sei-o.
a verdade da mentira tem o teu nome escrito.
com quantos dentes tens na boca.
haja bom-senso afinal.
[ mais um prémio de consolação. ]


TPC: escrever cem vezes no caderno: as pessoas não são objectos

resta-me o tempo.
que é sempre tão pouco e fugaz
e agora parece que nunca mais termina.

o tempo...




[© 2012]

- - - - - - - - - -


mas sejamos optimistas não é?
o fim é um novo principio.
um ponto final é o inicio de uma nova sentença.

começa aqui.


quinta-feira, 19 de junho de 2014

#365




o Manel, como disse outrora, é o cliché dos clichés para estas ocasiões
e para fazer o completo sentido, teria que ser publicado em modo "obra completa"
do inicio ao fim.
de qualquer forma, não me podia ir embora sem este.

 é uma boa ressalva antes de fechar o mote.
há que arrumar cada coisa no seu devido lugar.
duvido que seja daqueles casos em que "um dia vais olhar e ainda te vais rir.."
tenho sérias duvidas, mas lá está, eu nunca digo nunca.
antes de fechar:
não fui eu que mudei.
afirmo, sublinho, e repito.
não fui eu que mudei.


[  ]

#365/7


o projecto #365 será interrompido
voltará em breve com outra conjuntura.

mil desculpas aos demais.
+ noticias para breve.

ps -  não se preocupem, não está nos planos [pelo menos para já] fazer nenhuma asneira.



quarta-feira, 18 de junho de 2014

#365





Lord my path has gone astray
I'm just trying to find my way
Wandered here from far away
I'm just trying to find my way
You were never meant to see
All those things inside of me
Now that you have gone away
I'm just trying to find my way

I have made a great mistake
Pray the Lord my soul to take
Ghosts of who we used to be
I can feel them come for me
Looks as though they're here to stay
Well I'm just trying to find my way

Please
I never meant to
I never meant for this

I have been to every place
I have been to everywhere
I'm just trying to find my way
Oh dear Lord hear my prayer






365/6

[  ]

terça-feira, 17 de junho de 2014

#365






#365/5

[  ]

~|:\-




© 2012


[  ]

\\\








You blink when you breathe and you breathe when you lie

You blink when you lie



Who's got it figured out

play straight







[  ]

cliché.