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das noites roubadas ao sono
falam-me os dentes a verdade.
os meus.
entre o sangue e a saliva.
e tu
não sabes nem sonhas.
a fraude instala-se.
e a verdade...
nem eu sei.
sei escuro e temor
de quem já não sabe.
mas sente.
acordar a meio da noite
pra vir sofrer sozinho
numa terra de ninguém
onde não pertences
não és
e podes mergulhar
sozinho.
seguro.
rever o negrume
desmanchar os sonhos.
esvair.
fica o que há por dizer.
e este buraco
do tamanho de uma insónia
atrás da outra
atrás da outra
atrás da outra.
querer acreditar não basta.
.
[eu também tenho os pés frios à noite ]
~
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