terça-feira, 3 de abril de 2012


Tenho a melodia do vento sobre a tua voz a fazer-me eco e uma fogosidade na face. Vestígios de um toque subtil e o teu nome na ponta da língua, entre o carmesim e o pompeia dentro da íris dos meus olhos. Trazes-me a arritmia apagada pelo tempo. Depois de anos a esculpir um cofre de gelo para guardar a minha maçã, confesso que já não sei como acordar o músculo da dormência. Latência.
Roubas-me o tempo ao sono mas ofereces-me sem saber a razão dos dias. Adormecer é uma lâmina afiada. Entre o ir e o perder-te.
No final, e antes dos primeiros raios de sol irromperem o dia: se te tocar, desapareces?




7 comentários:

je suis...noir disse...

"Se não tocares, desaparece..."

gonçal∅ incendiàrio disse...

oxalá.

je suis...noir disse...

Oxalá?!

gonçal∅ incendiàrio disse...

é uma espécie de suspiro, como quem tem lá no fundo uma ânsia a desejar que tenhas razão, mas que se deixa sobrepor por uma outra ânsia de acreditar que se calhar não. O desejo. É sempre o desejo.

je suis...noir disse...

Ma eu escrevi "não"...
Qyeres que desapareça e queres que não desapareça?!

gonçal∅ incendiàrio disse...

Está complicado isto. Não. Não quero que desapareça. Mas receio que acabe por desaparecer. É essa a ânsia.

paula disse...

fabuloso esse pedaço de céu e de mar ...