segunda-feira, 12 de outubro de 2009


1


quando aqui não estás
o que nos rodeou põe-se a morrer

a janela que abre para o mar
continua fechada só nos sonhos
me ergo
abro-a
deixo a frescura e a força da manhã
escorrerem pelos dedos prisioneiros
da tristeza
acordo
para a cegante claridade das ondas

um rosto desenvolve-se nítido
além
rasando o sal da imensa ausência
uma voz

quero morrer
com uma overdose de beleza

e num sussurro o corpo apaziguado
perscruta esse coração
esse
solitário caçador




Al Berto






©acoldzero

4 comentários:

mariana, a miserável disse...

.gosto da fotografia
do texto também mas poderia ser teu

gonçal∅ incendiàrio disse...

tenho andado com pouca aptencia para a escrita. tenho feito uns rabiscos mas não me tem saído nada de jeito, e depois tenho lido aquilo que escrevi no outono de 2007 e enfim... é dificil superar aquilo neste momento. acho que preciso de uma musa nova, mas de uma musa a sério...

mariana, a miserável disse...

eu posso despir-me e embrulhar-me num lençol, levo uma maçã vermelha trincada e ponho uma peruca loira

gonçal∅ incendiàrio disse...

serás concerteza a melhor das musas, mas por favor, peruca loira não. já lá vai o tempo em que "os homens preferem as loiras". o teu tom natural está bem, se insistires em altera-lo que seja para preto ou ruivo (ai.. as ruivas), mas loira não. *