domingo, 4 de agosto de 2013

±



era um percurso já traçado. sinuoso. naquela manhã chuvosa, quando decidimos simplesmente ignorar tudo, e por tudo entenda-se TUDO, sabíamos que íamos fazer esse caminho. este. sabíamos onde estávamos. por onde começar. por onde ir. sabíamos aquele início. curiosamente a razão ainda que dissimulada, dizia-nos em voz alta, e lembrava-nos um ao outro aquele que mais obviamente seria o ponto de chegada. sabíamos bem. tão bem. era claro e evidente. e partimos. de mãos dadas, subimos colinas, trepámos rochedos, e sempre de mãos dadas, fomos mais ou menos destemidos, e sem olhar para trás. naquela manhã chuvosa, sabíamos que não havia volta a dar. não existe retorno. é uma ida sem volta. e damos por nós, no vértice mais alto, a arriscar tudo, a tremer de vertigens, sem saber segurar no outro, e olhamos para nós. estamos outra vez num abismo. e ninguém trouxe pára-quedas.