sábado, 8 de setembro de 2012



cheiras a morto. cheiras a morto porque morreste. quem deixa de ser, morreu, tenho para mim. como as vizinhas aqui em volta, que morreram nos 60 mas continuam a empiriquitar-se para ir a missa aos domingos. vestidas na sua melhor camisa de fim de semana e encharcadas em perfume do chinês. fachada. ja dizia o manel. fachada de uma coisa morta. uma morte ficcionada, mentida. mentira. mas morreste de verdade enquanto distraída te deixavas perecer nessa coisa em que te tornaste. ironia no seu explentor! naquele dia, quando passaste por mim na rua e te cumprimentei como habitualmente. e deixaste de receber flores como habitualmente, mas é compreensível. era a ti que elas se dirigiam mas era essa outra coisa que as recebia. e essa coisa não cultiva, e como tudo na vida, se não cultivas, não colhes. as pessoas também se cultivam, tenho para mim. ou deviam. senão morrem, e cheiram a morto, como tu.


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