A solidão é como uma chuva.
Ergue-se do mar ao encontro das noites;
de planícies distantes e remotas
sobe ao céu, que sempre a guarda.
E do céu tomba sobre a cidade.
Cai como chuva nas horas ambíguas,
quando todas as vielas se voltam para a manhã
e quando os corpos, que nada encontraram,
desiludidos e tristes se separam;
e quando aqueles que se odeiam
têm de dormir juntos na mesma cama:
então, a solidão vai com os rios...
Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"
©acoldzero
2 comentários:
a solidão, não cria espaço para as pessoa entrarem, quando lhe damos a mão.
é dificil para mim escrever o que quer que seja sobre a solidão depois de um poema destes. todas as minhas palavras me parecem poucas e pequeninas. quando a solidão entra apenas a solidão fica. e assume ela o lugar de acompanhante. para alguns com um cigarro, com um jornal, com um leitor de mp3 ou simplesmente com o som caracteristico de quem anda de transportes publicos. quando a solidão te abraça, parece que só ela existe, e parece a unica companhia que podes ter.
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